ASCOM: Prefeitura de Itabuna.
Numa ação conjunta envolvendo a Secretaria Municipal da Saúde, 7ª Dires, Corpo de Bombeiros, Conselho Municipal da Saúde, Ministério Público e outras entidades será deflagrado ainda nos próximos dias um trabalho focal de combate à dengue nos bairros do Novo Horizonte, Carlos Silva/Andaraí e Sinval Palmeira, que têm um índice de infestação predial superior a 20%. Relatório apresentado pela SMS num encontro coordenado nesta sexta-feira(14), pelo promotor Cloadoaldo Anunciação, no auditório da Câmara de Diretores Lojistas, foi informado que na 28ª semana do ano o índice de infestação predial na cidade é de 9,78% –o nível de alerta para o Ministério da Saúde é de 3,9%- e a ocorrência de quase 100 casos de dengue nos últimos dias.
Na abertura do encontro, o representante do Ministério Público destacou a necessidade de discutir as estratégias para o combate à dengue e evitar o risco de eclosão de uma nova epidemia como a que ocorreu no início deste ano, com o registro de mais de 13 mil casos da doença em Itabuna e 20 mortes na região, entre os quais oito óbitos de itabunenses. Ele defendeu a proposta de lançamento de um projeto piloto em áreas consideradas de risco, um modelo que também poderia ser aplicado em outros bairros.
Uma resposta
Porto Seguro, 15 de setembro de 2009.
No último domingo foi ao ar, no FANTÁSTICO, uma matéria sobre as consequências da união de direção com álcool.
É inegável que, apesar do rigor das leis, as pessoas continuam a agredir violentamente a vida humana.
O semelhante vem acontecendo com a dengue.
A luta contra o mosquito transmissor da dengue é declarada e os nossos governantes têm feito campanhas de conscientização e fiscalização. Contudo, está claro que isso não tem surtido o efeito desejado, ou seja, evitar o alastramento da doença e os casos de morte.
Já sabemos que mais de 80% dos mosquitos transmissores estão nas casas e isso vem comprovar que há necessidade de medidas que vão além da conscientização, para que os cidadãos passem a ter atitudes compatíveis com a realidade que vivemos.
Neste ano, a Bahia registrou 101 mil casos de dengue até o início do mês de agosto, sendo que 1.994 delas são do tipo mais grave da doença, segundo os dados da Secretaria de Saúde.
Considerando que um criadouro é uma arma e o mosquito é a bala disparada, pergunto: “Quantos assassinatos aconteceram nessa epidemia?” ; “Quantas pessoas foram internadas, em estado grave, atingidas por estes mosquitos?”; “Quantas pessoas vivem tranquilas sem consciência de que são responsáveis por esses crimes?”; “Comparada com armas de fogo, esses criadouros dispararam mais tiros e feriram mais pessoas?”;“Até quando vamos ficar assistindo, comovidos e sensibilizados, a população sendo massacrada por esses mosquitos que atacam de todos os lados?”.
Vale lembrar que a lesão corporal, quando não o homicídio, causado por estes mosquitos é escandalosamente maior do que as causadas por homens que agridem mulheres, por carros dirigidos por motoristas que consumiram bebidas alcoólicas, e até por armas de fogo, e que já existem leis que procuram proteger a população desses “agressores”.
Na minha convicção, não é necessário esperar mais epidemias para se legislar sobre esse assunto. Para se eliminar os mosquitos, basta eliminar os criadouros. Se a consciência de muita gente só se abala através da perda financeira, não há outro caminho a percorrer.
Após o assassinato do meu filho, Felipe Yukio que este mês completaria 12 anos, por uma bala perdida de calibre aedes aegypti que saiu de uma arma do tipo criadouro e cujo dono não foi possível identificar, venho lutando para haver uma Lei Federal que puna os responsáveis pelos criadouros dos mosquitos em questão.
Colho assinaturas no papel e na internet através do site http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3942, mas sabemos que atingir o número necessário de assinaturas para a aprovação da Lei levará anos. Aqui em Porto Seguro, onde moro, já conseguimos aprovar a Lei, mas não consigo ficar satisfeita.
Espero que o meu breve relato, possa sensibilizar vocês para podermos analisar melhor se a dengue é um problema apenas da saúde, pois sei que a Agricultura tem mais experiência com pragas, que a Segurança Pública tem mais experiências com crimes de lesão corporal e assassinatos, que a Educação tem mais efetivos, alunos, para concretizar a mudança de atitudes através de projetos multidisciplinares e atuar como agente fiscalizador e que a Câmara dos Deputados Federais e o Senado podem aprovar uma lei que torne o trabalho dos agentes de combate à dengue mais eficiente. Então por que só se cobra da Saúde quando temos problemas com a dengue?
Sou mãe de Felipe Yukio Nakamura Góis que morreu em consequência da dengue hemorrágica em Porto Seguro, em 08 de fevereiro deste ano.
Cecília Shizue Nakamura