BLOG DO GUSMÃO

LULA DESISTE DE FAZER DE CIRO CANDIDATO EM SÃO PAULO

Do blog Nos Bastidores do Poder, de Josias de Souza.

ciro gomesA vontade de Ciro Gomes prevaleceu sobre os planos de Lula. O presidente entregou os pontos.

Desistiu de convencer o deputado a disputar o governo de São Paulo.

Antes de viajar para Nova York, onde passou a semana, Lula conversara, pelo telefone, com um dirigente do PSB.

Informado de que Ciro estava mesmo determinado a concorrer ao Planalto, Lula como que jogou a toalha:

“Eu disputei todas as eleições que quis na minha vida. Não tenho o direito de pedir a um companheiro que não dispute”.

O PSB programara-se para reunir sua Executiva no meio da semana.

Deliberaria sobre a transferência do domicílio eleitoral de Ciro –do Ceará para São Paulo.

A reunião foi cancelada. Tornara-se desnecessária. Amigo de Ciro, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) transmitiu à cúpula do tucanato a novidade:

“Ele não vai transferir o título [de eleitor para São Paulo]”. Liberado por Lula e em alta nas pesquisas, Ciro firmou-se como presidenciável.

Nesta sexta (25), discursando para cerca de duas centenas de sindicalistas da Força Sindical, em São Paulo, Ciro declarou:

“Sou candidato pela terceira vez. Um candidato da base do governo”. Nas próximas semanas, dirigentes do PSB vão a Lula.

Pretendem acertar com o presidente regras que permitam a Ciro coabitar com Dilma Rousseff, a número um de Lula, o mesmo guarda-chuva governista.

De antemão, Ciro lança mão da estratégia mais óbvia: desce ao ringue presidencial como algoz de José Serra (PSDB), o favorito nas pesquisas.

Na quinta, em Santa Catarina, delimitara o terreno: “Meu adversário é o passado. E este passado se chama Serra”, ex-ministro de FHC.

Menos de 24 horas depois, no encontro com a turma da Força Sindical, Ciro voltaria à carga: o Serra “é feio pra caramba, mais feio na alma do que no rosto”.

O deputado trocaria seu raciocínio em miúdos: “Ele tem uma truculência ao se relacionar com seus adversários. É uma conduta feia […]…”

“…É uma atitude destrutiva, que inibe o diálogo. Para mim, horrível. Até minha conta pessoal de salário ele conseguiu que um juiz de São Paulo bloqueasse”.

Evocando os ataques da véspera, Ciro fixou diferenças também em relação a Dilma.

Lembrou que, enquanto fustigava Serra em Florianópolis, a chefe da Casa Civil trocava amabilidades com o rival em São Paulo:

“Ontem, estava eu falando mal do Serra e a Dilma agarrada com ele”. Disse que a ministra mimetiza o estilo “Lulinha paz e amor”.

O dirigente do PSB que conversou com o blog, o mesmo que dialogara com Lula antes de o presidente voar para os EUA, comentou:

“O Ciro precisa controlar a língua. Bater no Serra, tudo bem. Mas as críticas a Dilma foram, além de tolas, desnecessárias”.

Disse que o principal adversário de Ciro não é senão a língua dele. Recordou que, em eleições anteriores, o deputado notabilizara-se pela imoderação verbal.

No cenário esboçado pelo PSB, a multiplicidade de candidatos empurrará a disputa de 2010 para um inevitável segundo turno.

Um segundo round em que o tucano Serra medirá forças com um candidato identificado com a gestão Lula.

Imagina-se que Ciro reúne, hoje, mais condições do que Dilma de firmar-se como o presidenciável da continuidade. O “adversário do passado”, na tradução de Ciro.

“Se nós estivermos certos”, diz o dirigente do PSB, “temos de oferecer ao presidente Lula todas as condições de assumir o Ciro como um candidato dele”.

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