Do Blog da Amazônia.
Após quase 12 horas de julgamento, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco condenou o dentista e tenente da Polícia Militar do Acre, Pedro Pascoal Duarte Pinheiro Neto, a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do garoto Wilder de Oliveira Firmino, de 13 anos.
O irmão do ex-deputado Hildebrando Pascoal, que já passou sete anos preso (1/3 da pena), vai recorrer em liberdade.
O crime foi cometido em julho de 1996, após a vítima ser retirada de sua residência e levada para um trecho da BR-364.
Pedro Pascoal e outros dois policiais militares queriam que Wilder revelasse o paradeiro de seu pai, Agilson dos Santos Firmino, o Baiano, que foi torturado, mutilado a golpes de motosserra e assassinado com tiros.
O tenente e dois primos foram absolvidos nesta semana da acusação de participação no crime da motosserra, mas o Ministério Público recorreu da decisão.
Nesta quinta-feira, logo no início do julgamento, a defesa de Pedro Pascoal chegou a pedir a dissolução do Conselho de Sentença sob a alegação de que uma jurada estaria chorando. O pedido foi negado pelo juiz Leandro Leri Gross.
Outro fato que marcou o julgamento foi a representação feita promotores de Justiça Rodrigo Curti, Leandro Portela e Joana D’Arc Martins, por falso testemunho, contra o médico Eduardo Haddad.
O médico afirmou em depoimento que teria ministrado o medicamento Diazepan em Pedro Pascoal no possível momento do crime, o que supostamente inviabilizaria sua participação no delito.
O Conselho de Sentença acatou a representação do Ministério Público e a denúncia será investigada.
Na sentença, o juiz Leandro Gross afirma que o Acre possui uma dívida com a família da vítima e determina que alguns órgãos do poder público e a sociedade civil organizada sejam notificados para que procedam à remoção dos restos mortais da vítima para a cidade onde residem atualmente seus familiares.
O Ministério Público apelou para que a Assembléia Legislativa do Acre seja notificada no sentido de aprovar proposta de indenização em favor da família de Wilder Firmino.
O julgamento teve início às 8 horas desta quinta-feira, 12, no Fórum Barão do Rio Branco, e foi encerrado no início da noite.
O réu solicitou ao juiz a preservação da sua imagem. A imprensa acompanhou o julgamento dentro do plenário, mas sem utilizar equipamentos como câmera fotográfica e de vídeo.
