A comparação parece esdrúxula, mas, não é. Entenda por que.

O governador Jaques Wagner é uma liderança que nasceu no PT, um partido essencialmente democrático.

Wagner é uma personalidade cordial, educada, valoriza assessores que divergem de suas opiniões, não se intimida diante dos jornalistas, e tão pouco usa o poder para intimidar.

O governador da Bahia é um político que valoriza a imprensa independente, não a bajuladora.

Este Blog tem recebido anúncios do governo estadual, e continua fazendo críticas ao governador, quando necessárias.

Nunca recebemos um telefonema dos membros da AGECOM (agência de comunicação do governo do estado), pedindo menos, nos ameaçando com processos, esbravejando sobre o conteúdo publicado, ou muito menos, pedindo para retirar alguma postagem.

Em Vitória da Conquista, o blog mais acessado da cidade pertence ao radialista Herzen Gusmão, profissional credibilizado por altos índices de audiência, que o projetaram para a política. Herzen foi candidato a prefeito em 2008 pelo PSDB, mas, foi derrotado por Guilherme Menezes do PT. Agora está filiado no PMDB do ministro Geddel, fazendo oposição ao governador Wagner.

Apesar de estar do outro lado, o Blog da Resenha Geral, de Herzen, não deixou de receber os anúncios do governo do estado, pois a AGECOM considera que é importante veicular seu material no espaço do oposicionista, devido ao grande número de acessos.

Já o vereador Jailson Nascimento, presidente do legislativo ilheense, sonha em ser prefeito, vislumbra ardentemente a cadeira que hoje “pertence” a Newton Lima.

Nascimento diverge de Wagner no relacionamento com a imprensa, pois gosta da bajulação, dos elogios gratuitos e do “ôba ôba”. Anda editando jornais, discutindo em quais páginas suas “matérias” devem ser publicadas, interferindo nas redações, ensinando aos jornalistas como trabalhar, determinando “rumos” aos veículos que aceitam seu mandonismo.

Muitos afirmam que o mentor intelectual de Jailson é o ex-prefeito Jabes Ribeiro. Todos estão equivocados. Quem lhe ensinou a controlar a imprensa, certa vez, pediu a cabeça do radialista J. Carlos, da rádio Santa Cruz, pois considerou um desrespeito a denúncia divulgada pelo profissional, ao informar que a secretaria de saúde estava desperdiçando dinheiro público, comprando medicamentos com prazo de validade curto, para depois jogá-los no antigo lixão do Cururupe.

O apresentador recebeu uma “anestesia social”, ficou desempregado. Depois de um tempo, graças ao empenho de colegas e amigos, foi recontratado, e continua, até a presente data, ancorando programas na emissora.

O seu discípulo age como o mestre. Usa a verba de publicidade da câmara para fazer marketing pessoal, comprando opiniões.

Quando alguém não segue a sua cartilha, ele “alija da folha”, exclui o insubordinado, processa, ordena que o seu capacho pare de enviar os e-mails com os boletins do legislativo, contrata locutores de outras cidades para humilhar desafetos através de uma rádio, onde injeta dinheiro com a compra de horários.

A política de imprensa criada pelo senhor Jailson Nascimento é imoral, um desserviço à comunicação.

Esta é uma das diferenças entre um político democrático, e um pretenso “coronel”, que mesmo sem ter lido o romance São Jorge do Ilhéus, de Jorge Amado, sofre a influência de Horácio da Silveira e de Sinhô Badaró, inimigos que usavam dos mesmos métodos para manipular os jornais.

Infelizmente, em Ilhéus, a realidade continua presa ao universo da literatura “amadiana”, que mesmo ficcionada, sofreu a inspiração do coronelismo dos grandes cacauicultores.