Por Gustavo Pestana.
Semana passada, a atriz Leila Lopes, foi encontrada em sua casa, morta, sem uma possível explicação para o seu falecimento, até a família divulgar trechos da sua carta de despedida, com teores de um suicida.
Mas, por que retirar a própria vida? Por que algumas pessoas em situações de extrema dificuldade continuam lutando pela vida e, outras cometem suicídio?
O sociólogo francês, Émile Durkheim, faz uma análise sobre o suicídio em artigo publicado em 1897, e constata a grande relação de fatores sociais com este fato. Já Freud, compreende o suicídio como um desajuste no funcionamento normal do aparelho psíquico.
O suicida não “deseja” se matar. Ele só comente este ato, pois não encontra uma outra solução para os seus problemas. Quando este comete o suicídio, ele pensa que assim, poderá aniquilar o mal que o faz sofrer. O qual pode ser uma divida no banco, um amor perdido, dentre outros problemas. O que o suicida mais quer é viver. Já, o depressivo, este não quer viver, ele não tem nenhum investimento na vida, nada lhe alegra ou lhe motiva. A vida não tem sentido algum para o depressivo. A relação suicídio depressão é extremamente forte e requer uma explicação mais complexa.
Tanto o suicida como o depressivo, não estabelecem laços saudáveis de relacionamento, me refiro a laços sociais sólidos. Eles “vagam” sem um sentido. Durkheim, em seus estudos, constatou que todas as pessoas estabelecem níveis de integração social, ou seja, um valor pessoal referente às contribuições prestadas ao meio social. (O social deve ser compreendido como todas as relações inter-pessoais de um sujeito).
Veja alguns dados segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) sobre o suicídio.
Suicídios no mundo:
* Nos Estados Unidos são 30.000 suicídios por ano (quase 100 por dia).
* No geral, 7% dos suicidas sofrem de dependência alcoólica.
* Aproximadamente 90% de quem tenta, avisa antes.
* Em torno de 70% dos suicídios ocorrem em decorrência de uma fase depressiva.
* Quem já fez uma tentativa, tem 30% mais chances de repetir do que quem nunca tentou.
No Brasil:
* Entre 1989 e 1998 os suicídios aumentaram 56,9%.
* O índice brasileiro é de 4,9 suicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
* O Rio Grande do Sul possui os índices mais altos: 11 para cada grupo de 100 mil habitantes.
* Porto Alegre é a capital com maior taxa de suicídios (11,9/100 mil).
* Entre 1993 e 1998, o número de jovens que tentaram o suicídio aumentou 40%.
* Em 1997 quase 1.500 jovens tentaram se matar no Brasil.
