Por Marcos Pennha
A chuva cai torrencialmente, às vezes, deixando transparecer que não dará trégua. Quem mora em local seguro, por enquanto, tá tranquilo. O problema fica mais para quem reside nos altos. O perigo passado por esses moradores só é lembrado quando vem o toró.
Em Ilhéus, os cidadãos questionam onde e como estão aplicados os R$ 10 milhões repassados ao governo municipal, em 2010, pelo governo federal, quando Geddel Vieira Lima ainda ocupava a titularidade da pasta da Integração Nacional. Eis aí a questão. O povo brasileiro ainda engatinha na lição de democracia. Veja que alguns dos “fichas sujas” retornaram ao Congresso Nacional.
Votar é apenas um passo na caminhada do bom cidadão. E a gente brasileira não consegue fazer isso com eficiência. Os fatos comprovam. A sociedade civil precisa envolver-se mais na cobrança aos eleitos. Não é fácil, pois todos estão muito ocupados com seus problemas pessoais, sabemos disso; mas é extremamente necessário que se tome conhecimento e aja contra os maus políticos.
A falta de envolvimento da sociedade nas ações de governantes e parlamentares resulta em aumento do ônus à própria sociedade. Ilhéus, por exemplo, sofre com os desmandos nos diversos setores. Em que pé estão as investigações nas secretarias de Ação Social e Saúde? Houve investigação da Controladoria Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, em 2008, com fortes suspeitas de malversação de verba pública, e até agora nada de resultados definitivos. Em que pese o indiciamento de algumas figuras públicas, todo mundo permanece calado, mudo. Os representantes legítimos do povo, os vereadores, não cumprem, à risca, seus deveres como fiscalizadores incisivos do executivo. Representantes de Lions, Rotary, Maçonaria, CDL, Associação Comercial assistem a tudo, passivamente. O Ministério Público (MP) tem que ser provocado para agir.
Esse aparente estado de letargia acontece, sabe por que? Porque cada um tá muito preocupado tão somente com seus afazeres pessoais. Só que, no final, o ônus é arcado por quem se mantém no imobilismo. Cadê a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a ser instalada na zona sul, que não sai do papel? Enquanto isso, a gente ilheense tem que tirar do próprio bolso para não deixar que o hospital São José * siga o caminho da maternidade Santa Isabel, que fechou. Para onde vai o dinheiro arrecadado com as multas produzidas pelos malditos pardais instalados em alguns pontos da cidade? Como foi o processo de licitação para a escolha da empresa que implantou? As estradas continuam desalinhadas, esburacadas, o trânsito caótico, etc. Onde está o dinheiro?
As assistentes sociais do município Emanuela Spínola (Secretaria de Planejamento) e Maria Marta (Secretaria de Assistência Social) lutam, juntamente com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) para implantar a reciclagem do lixo desde 2008. Muito já foi feito de lá pra cá com o empenho pessoal das pessoas envolvidas, passando por cima das dificuldades impostas pelo governo municipal, que pouco ajuda e às vezes até atrapalha. Os catadores de lixo, que hoje possuem uma cooperativa, ficaram livres das moradias indignas ao ser humano no lixão do Itariri, onde foram construídos galpões para o serviço de reciclagem. O lixo é da conta de todos os munícipes. Mais uma vez, a sociedade é convidada a ajudar **. A prioridade é colocar portas nos galpões.
Os cidadãos pagam os inúmeros impostos e não têm o retorno em forma de serviços essenciais. Salvo raríssimas exceções, governantes e parlamentares deitam e rolam em seus negócios escusos, por falta de fiscalização dos cidadãos. Por outro lado, o espírito altruístico do brasileiro faz com que sempre atendam ao chamamento para ajudar nas campanhas beneficentes. Esse é um traço marcante e louvável da gente brasileira. No entanto, necessário se faz que amadureçamos e saiamos da inércia, inteirando-nos de todo o processo político/ administrativo. Que participemos dos Conselhos, das Conferências, das associações de moradores, etc. Senão, teremos que, além do exposto acima, aceitar o que os governantes oferecerem sem ao menos sermos consultados. O Departamento de Polícia Técnica (DPT), imposto para ser construído – a obra está paralisada – em local inadequado, no centro, é um belo exemplo disso. Outra imposição, com requinte de truculência, foi vista recentemente em Ilhéus. Prepostos da Valec Engenharia, Construções e Ferrovia S/A invadiram e desmataram terras sem autorização dos respectivos donos. O fato foi reconhecido pelo diretor da empresa, que ressaltou que os truculentos serão afastados. Ações desse tipo devem ser repudiadas pela sociedade. Para o bem da democracia.
* Não deixe que o hospital São José feche as portas. Colabore com qualquer quantia depositando no Banco do Brasil, agência 0019-1 – c/c 70.001-0. Saiba como participar da campanha contatando Naide Silveira pelo (73) 3231-1015 (ramal 168) 9944-7772 ou no local.
** Maiores informações, contate Emanuela ou Maria Marta nas respectivas secretarias de Planejamento (73-2101-5592/ 5588/ 5621) e Assistência Social (73 3634-1346).
Contatos com o autor: [email protected]

Uma resposta
Caro,
Marcos Penhha
Que devo eu ao hospital Maternidade SÃO jOSE,nada!Nunca tive atendiemento pelo Susto no hospital,não usei a maternidade ou qualquer outro hospital conveniado do SUS em nenhum momento.Pago caro o convêncio para ter atendimento de primeira.Quem usa e abusa do hospital, tem obrigação de contribuir.O municipio, o Estado que deixam de repassar as verbas do SUS em dia, tem obrigação de honrar os pagamentos em dia.Tem também os funcionários fantasmas que só aparecem no hospital em dia de pagamento e estes são os que mais reclamam da falta do pagamento em dia!
Me faça um caldo de galinha gorda, que dia 08 de abril, estou de volta a Ilhéus.Pago as cervejas geladas se alguma providência pelos poderes públicos responsáveis pelas dividas do hospital forem sanadas!Ou na falta do caldo da galinha gorda,faça um caldo de babosa!
Kalif Rabelo
Brasília