BLOG DO GUSMÃO

A URGÊNCIA DE UM NOVO PACTO FEDERATIVO

Por Jabes Ribeiro

jabes artigoFrustração. Este foi o sentimento que uniu o pensamento da maioria dos prefeitos, após três dias de seminários, palestras e reuniões que compuseram a pauta do Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas, realizado em Brasília, entre os dias 28 e 30 de janeiro. Evidente que não dá para dizer que o evento não foi importante, especialmente pelo contato que permitiu entre os novos gestores e integrantes da administração federal, do conhecimento que tomamos de programas e projetos que podem ajudar os municípios brasileiros.

Mas o sentimento de frustração se explica pelo que não aconteceu no encontro: uma discussão aprofundada e produtiva a respeito da necessidade de se implantar no Brasil um novo pacto federativo, capaz de reduzir a dependência dos municípios da boa ou má vontade de Brasília. Pessoalmente, como prefeito de uma cidade da importância cultural, histórica e econômica como é Ilhéus, tenho sentido na pele, mais do que nunca, a dificuldade de administrar um município que depende quase que inteiramente dos recursos repassados pelas instâncias estaduais e federais.

No nosso caso, a situação fica mais grave devido ao estado de extrema penúria deixado pela gestão anterior, com todas as contas bloqueadas, os serviços públicos sucateados, as receitas municipais e as cotas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) sequestradas para o pagamento de débitos, além de folhas salariais e de 13º atrasadas. Mas, mesmo que não tivéssemos, em Ilhéus, todo esse caos a enfrentar, ainda assim teríamos muitas dificuldades, por conta da desigual distribuição dos recursos entre os entes federativos, numa injustiça gritante com a célula mater da Federação, o Município, onde, ao fim e ao cabo, residimos e vivemos cada um de nós, desde o habitante mais humilde às mais altas autoridades do País.

É preciso lembrar que em outros países, os valores repassados pela União para os municípios correspondem a 40% das receitas federais, enquanto no Brasil não ultrapassa a casa dos 13%. E mais: temos visto todo o esforço feito pelas autoridades financeiras para desonerar alguns importantes setores da economia, reduzindo a carga de impostos e amenizando a incidência dos mesmos nas folhas salariais. Quanto aos municípios, nada se faz para, por exemplo, desonerar as folhas de pagamento, o que já seria uma grande contribuição para as finanças municipais.

Quando deputado federal, fui autor de um projeto, transformado em lei, que mudou o sistema de cobrança do INSS para a Agricultura. Em vez de se cobrar sobre o total da folha de pagamento passou-se a recolher o imposto sobre a venda do produto, aliviando as finanças dos agricultores, uma vez que o pagamento é proporcional à produção, não à mão-de-obra. É apenas um exemplo de que, desejando mudar e usando criatividade é possível alterar de forma positiva o sistema, gerando benefícios para todos os envolvidos.

De qualquer forma, não há dúvida de que é gritante, no Brasil, a necessidade de abrir a discussão sobre um novo pacto federativo, que dê maior autonomia aos municípios, mesmo que isto signifique imputar ainda mais responsabilidades a nós, os gestores municipais. Sem isto, continuaremos administrando sempre com a cuia na mão, tendo que peregrinar pelos gabinetes.

Sem o fortalecimento dos municípios, o Brasil terá sempre uma dificuldade a mais para o seu desenvolvimento pleno, uma vez que o sistema federativo continuará com um elo mais fraco na sua cadeia. Vale salientar que esta não é uma situação criada ou imposta nas últimas décadas nem estimulada ou alimentada pela atual administração federal, sequer das mais recentes. Mas ela existe desde tempos imemoriais no sistema federativo brasileiro, pois numa flagrante distorção, a tendência tem sido a da centralização em vez da tão mais eficaz descentralização.

Vamos continuar lutando para que, nos próximos encontros nacionais de prefeitos, possamos promover e participar de uma discussão sobre políticas de Estado, como o é um novo pacto federativo, em vez de tratarmos apenas de políticas de governo, como aconteceu no final de janeiro, em Brasília.

Jabes Ribeiro é Prefeito de Ilhéus pelo PP.

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Respostas de 9

  1. Quero ver Sr.jabes ribeiro, o senhor falar sobre os servidores que o senhor colocou pra fora,que esta passando dificuldade com a suas famílias,eu garanto que o seu salário esta na sua conta todo mes que não é pouco tem vergonha na sua cara,rasgando a constituição brasileira! que pais democrático é esse,que pessoas de bem que fez um concurso,e vem um ditador para tirar o emprego das pessoas,o senhor vai pagar todas as dividas dessas pessoas,olha eu voltei no senhor,mais me arrependo muito de ter voltado no senhor,senhor jabes Ribeiro,vc não é Humano!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  2. Seria melhor se o G.Federal tivesse uma punição aos Prefeitos e Governadores que deixassem a gestão com rombo financeiro,fazendo com que o individuo pagasse do seu proprio bolso o rombo financeiro deixado pelo governante garanto que muitos prefeitos e governantes pensariam duas vezes antes de roubar e seri uma forma de deixar uma situação financeira melhor pro gestor seguinte.!!

  3. E outra essa onda de depender sempre de brasilia é uma roubada!!!!!
    Quer conseguir verba???? Invista direito o dinheiro na cidade.!!!
    para atrair turismo,empresas Shoppings e muito mais .!!

  4. O PREFEITO DE ILHEUS COMO SEMPRE MUITO INTELIGENTE.
    ESTE ENCONTRO É PARA DIZER AOS PREFEITOS QUE PERMANEÇAM COM O PIRES NA MÃO.
    PARABÉNS JABES.

  5. Gabriel perdeu o juízo. Mente dizendo que votou em Jabes. Conto nos dedos funcionário publico municipal que apoiou Jabes. Queriam continuar com os privilégios, com salários de até 15 mil, horas extras fictícias, e por aí vai. Parabéns Jabes, por essa atitude corajosa, embora impopular.

  6. Que Jabes é o prefeito, todo mundo sabe;
    Que Jabes é do PP, todo mundo sabe;
    Que Jabes sabe falar bonito, todos sabem, o que todos agora querem saber é quando Jabes vai respeitar o povo que o elegeu e comecar realmente a governar.

  7. Garibaldo tenha mais respeito com os outros! estou falando dos 79 servidores público que jabes colocou indevidamente para fora,que prestou concurso público!vc fala isso porque não é um irmão seu,uma mulher sua,um filho,um amigo,um parente,que esta desempregado!com água,luz,aluguel,cartão de credito para pagar,vc esta de conchavo com jabes então deve ter algum cargo na prefeitura! mais a justiça vai apurar essas nomeações,não vai ficar barato não!!!

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