BLOG DO GUSMÃO

A POLÍTICA E EU

Por Marcos Pennha

pennha novaEu já disse e repito que não tenho, nem nunca tive, a pretensão de ser candidato a nenhum cargo público eletivo popular. Se essa ideia passar por minha cabeça, retiro na hora. Antigamente, eu participava ativamente de reuniões partidárias, sempre que convidado por algum conhecido. Deixei, pelo seguinte: Ao participar da reunião do partido ‘A’, já achavam que eu era correligionário dessa agremiação política. Daí, ao aceitar participação em reunião do partido ‘B’, eu passava a ser tachado de traíra. 

O motivo de minha participação era, simplesmente, pelo desejo de entender o que vai à cabeça dos políticos, sabedor de que todas as decisões da sociedade passam pela política. Como disse o filósofo grego Aristóteles, “o homem é um animal político”. Nas reuniões político-partidárias, nunca senti a preocupação dos partidários com as causas sociais. A impressão era de que a discussão girava em torno do abocanhar o quinhão maior do bolo de cargos. Ou seja, o povo é apenas um detalhe, como dizia a aluna Zélia Caridosa, personagem interpretada pela saudosa comediante Nádia Maria na Escolinha do Professor Raimundo (humorístico global do saudoso humorista Chico Anysio). 

Por insistência de um conhecido, certa vez, fui filiado ao partido A. Passado o tempo, atendendo ao pedido de uma amiga, assessora parlamentar, desfiliei-me para me filiar ao partido B. Recentemente, por necessidade, consultei ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, surpreso, descobri que estou filiado ao partido C, pode? 

Com a experiência, cheguei à conclusão de que podemos fazer pelo social sem que estejamos, necessariamente, atrelados a partido político. Basta que se cobre, do eleito, através dos meios legais, que ele cumpra com suas obrigações. O político partidário sempre puxará a brasa para a sua sardinha. 

Analisemos o exemplo da baiana cidade Ilhéus. Se o prefeito fosse Carmelita Ângela (PT) ou Jorge Luiz (PSOL), qual a ação do (a) eleito (a) e a opinião dos partidários diante do desempenho governamental? Com toda certeza, ambos estariam chorando mais do que o prefeito Jabes Ribeiro (PP). Esse pessoal que ‘bate’ impiedosamente no prefeito, alegando que nada foi realizado em 120 dias, estaria discursando: “Gente, vamos ter calma, porque 120 dias é muito pouco tempo pra consertar a bagunça deixada pelos últimos governos”. 

Fui aluno de Carmelita, professora da matéria Técnicas de Redação, ano 1982, no Centro Educacional Dom Eduardo, o conhecido Diocesano. Nutro admiração, também, por Jorge, que conheci nas inúmeras reuniões dos movimentos sociais. Tenho a plena convicção de que eles não se zangarão com a minha certeza de que chorariam mais do que Jabes no poder. 

Primeiro que, imagino, a situação é de causar choro, mesmo. Segundo, que o choro é autodefesa: “Não fiz nada ainda de relevante, porque a coisa tá pior do que eu imaginava. Tenham piedade de mim. Buáááááá ….” Terceiro que, conforme o dito popular, “quem não chora não mama”. 

Ora, Jabes – o qual foi meu professor de Química, ano 1980, no Diocesano – é experiente, tendo sido prefeito por três mandatos, agora no quarto; conhecedor do que deixou em suas administrações; bem relacionado no meio político nacional, sendo atual secretário estadual do Partido Progressista; além de ser estudioso dos assuntos política e administração pública; já exerceu cargos como secretário municipal de Educação, secretário estadual do Trabalho e deputado federal; sem contar que uma de suas qualidades é a de se manter bem assessorado por gente capacitada nas respectivas áreas. Esse é o breve currículo qualificado do homem que chora. Imagine o choro copioso de quem nunca esteve como gestor na administração pública, e não tem a caminhada desse sexagenário. Questão de lógica. 

Os tempos são outros. Hoje, há muito mais gente consciente cobrando da maneira correta. Atualmente, existem blogs, sites, facebook, twitter, … Associações, institutos, entidades e afins estão mais organizados e comprometidos com a causa em prol da coletividade. Por outro lado, lamentavelmente, ainda existe a turma da ‘babinha’, da ‘boquinha’, do nome na ‘folha’. Essa turminha não acredita que alguém possa agir como cidadão, genuinamente. Para esse pessoal, o sujeito tem que ter um norte, que é o de defender, com unhas e dentes, quem lhe proporciona pelo menos o trocadinho da feira. Daí, age como quem nada no mar de amargura, destilando ódio, esquecido de que amar cura. Comportamento típico de quem tem minúsculo cérebro, com pouca massa cinzenta, e que nem usa tanto quanto deveria. É preciso amadurecimento suficiente para entender a nova política do servir, e não do se servir. 

Declaro que não tenho nada contra prefeito ou qualquer outro detentor de mandato concedido através do voto popular. Nos meus escritos, ninguém será cobrado por suas ações de cunho estritamente pessoal. A cobrança será, sim, por suas ações como agente público subsidiado com recursos nossos produzidos pela pesada carga tributária imposta.

Alguém pode está questionando qual seria o meu discurso, caso o prefeito fosse Carmelita ou Jorge. Seria exatamente esse que pratico, agora, cobrando: 

# Plano de Metas, que deveria ser apresentado com 90 dias após a posse do governo, prometido, pelo governo, para ser entregue dia 15 de maio. 

Relembre aqui: http://nossailheus.org.br/ver.php?n_id=676&u=instituto_nossa_ilheus_prefeitura_municipal_de_ilheus_jabes_ribeiro_joaquim_bastos_carlos_mascarenhas_plano_de_metas_programa_cidades_sustentaveis/

Saiba mais sobre o Plano de Metas, aqui: http://www.acaoilheus.org/news/92-terca-da-bencao 

Essa lei foi sugerida por parcela da sociedade ilheense, com a proposição de emenda do então vereador Joabs Ribeiro, em 2008. Hoje, Ilhéus é uma das poucas cidades brasileiras que tem esse artigo (nº 73) na Lei Orgânica do Município (LOM). A partir do Plano de Metas é que os vereadores têm como cobrar o que foi prometido, oficialmente. A negligência dessa lei é passível de cassação do mandato do prefeito. 

# Portal da Transparência, para que os munícipes tomem conhecimento de como seus recursos estão sendo aplicados. Ilhéus está relacionada na lista das cidades que não apresentaram o obrigatório portal.

Confira aqui: http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/cidades-baianas-descumprem-lei-da-transparencia-nas-contas/ 

# No mais, continuaria repudiando atos nocivos à democracia, como a intromissão do executivo nos atos do legislativo

(Entenda o caso aqui: https://blogdogusmao.com.br/2013/05/22/nossa-carta-nossa-luta-nossa-gente/ ); e a redução de 0,25 % para 0,10 % do repasse para o fundo municipal de assistência social, prejudicando o trabalho em defesa de crianças e adolescentes

(Veja a Carta ao Jabes Ribeiro: https://blogdogusmao.com.br/2013/05/13/carta-ao-jabes-ribeiro/

O que eu e outros cidadãos conscientes cobramos é, justamente, que os vereadores exijam, do gestor público municipal, o fiel cumprimento da lei. Essa é uma das prerrogativas da Câmara Municipal. 

 # Participe do Observatório Social do Brasil (OSB) de Ilhéus. Contate o Instituto Nossa Ilhéus (INI), e se informe pelo (73) 3086 5018 http://www.observatoriosocialdobrasil.org.br/ 

* Marcos Pennha atua como assessor de comunicação. É associado-fundador do Instituto Nossa Ilhéus (http://nossailheus.org.br/index.php ) e, acima de tudo, cidadão.

Leia outros artigos, aqui: https://blogdogusmao.com.br/category/marcos-pennha/

Contatos: [email protected]

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Respostas de 10

  1. A Marcos penha para co isso,! desafio Vc que defende tanto jabes, a prestar contas do dinheiro da Saúde / Educação e Assistência Social que cai na conta da prefeitura todo mês, para onde esta indo este dinheiro, com certeza não e para pagar contas do ladrão do Bahia e o Ex Prefeitinho!
    Vai me responda!

  2. Parabéns Marcos Penha!!
    Só pra deixar registrada a minha admiração pela sua participação exemplar na construção desses novos tempos a que vc mesmo se refere, onde de maneira correta são cobrados os direitos e vc tem dado exemplo de como exercer os deveres de cidadania.
    Valeu Marcos! Muito obrigada por tantas informações importantes e por sua análise tão acertada.
    abraço
    Maria Marta

  3. Mais antes um inexperiente comprometido, do que um especialista usurpador. Que adianta tanta titulação se nenhuma lhes serve como credencial para um bom governo?
    Já li textos mais sóbrios seu, Marcos Penha.

  4. Jabes e sua turma são responsáveis por boa parte do pepino que aí está. Parece que as pessoas não tem boa memória. O articulista disse uma coisa muito certa – hoje os tempos são outros – e essa turma vai ter que mudar o discurso e a forma de agir se quizer permanecer na política.

  5. Parabéns Marcos Penha, ótimas palavras, o que o pessoal não entende é que: o prefeito já está empossado; a eleição já foi a algum tempo; e agora, o que devemos fazer? Ficar só tagarelando, relembrando o passado, criticando a administração e seguir por este processo por 4 anos? Ou tomar conhecimento do que realmente está se passando para trabalharmos em cima dos fatos? Precisamos consertar as coisas e construir o futuro ou não? Precisamos agora ficar de olho aberto às ações da prefeitura e do legislativo, participar, cobrar, procurar os meios legais, e em último caso apelar para gritaria, protestos etc. Devemos começar por nossas ruas, buscar a melhoria desta, depois a escola de nossos filhos, o que falta? Cobrar do município e do estado, entender os problemas do posto de saúde do nosso bairro, abrir a boca, perguntar, conversar. Temos que sair de casa, entender os problemas e buscar a solução. A maioria da desordem acontece porque esperamos que o prefeito saia de sua sala e venha até nossa rua ver se está tudo bem, no nosso bairro etc, é o que deveria ser feito através de sua equipe, mas as pessoas se acomodam, nós mesmo nos acomodamos em nossos trabalho, nos entediamos. Então nós os incomodados, os prejudicados é que devemos nos levantar e cobrar, espremer a laranja até o suco sair. De uma maneira ampla, é muito mais fácil generalizar, preconceituar, seguir os boatos e Maria vai com as outras, pro nosso cérebro é mais fácil, simples, é bem mais difícil pensar por todos, agir por todos, por isso o cidadão interessado tem que começar pelo micro, eu, minha casa, minha rua, meu bairro, minha cidade! Sei que isso depende de educação, consciência e personalidade, nem todos teram esse engajamento, mas vale a pena plantar a semente. Parabéns Marcos Penha, participar da política da nossa cidade é importante pra entendermos como as coisas realmente funcionam e deixar de disse-me-disse e lendas, e se quisermos o bem da cidade saberemos como e por onde trilhar.

  6. Meu prezado Marcos, sou mineiro morando hoje em Belo Horizonte, mas já morei por muito tempo em Ilhéus, onde, inclusive, me casei de novo. Adoro essa cidade com todas as suas virtudes e defeitos, pois ai resolvi problemas cruciais de minha vida: casamento mal sucedido, estudos, novo casamento, desta feita bem sucedido, amizades sólidas e sinceras, enfim, tive uma gama de coisas boas na vida que aconteceram em Ilhéus. Hoje, mesmo morando em BH, acompanho atentamente o cootidiano ilheense, e sempre que posso vou até aí desfrutar dessa maravilhosa cidade. Ah, não gosto quando vejo comentários negativos do Jabes Ribeiro, pois, nos tempos das vacas magras, ele me ajudou muito, inclusive nos meus estudos. Continuo lhe acompanhando no email e torço fervorosamente por essa cidade que tanto amo. um forte abraço.

  7. Concordo, em parte. Esperarei terminar o primeiro ano de mandato para iniciar cobrança. Espero que as verbas federais sejam adequadamente aplicadas e que não ocorra mais processos por improbidades administrativas e por outros delitos a que responde o atual alcaide. Que as dezenas de processos não aumente!!!

  8. Marcos Penna boa tarde.

    Quero aproveitar esse espaço para parabenizá-lo pela sutileza e leveza de sempre de suas palavras e acima de tudo pelo seu olhar atento às questões políticas e sociais de nossa cidade. Te conheço de longas datas e sei quanto você é íntegro e sincero e portanto merecedor de atenção e respeito por suas opiniões aqui colocadas. É evidente que haverá sempre alguém que lhe tratará com reservas a respeito do que você escreve, isso é normal, mas o mais importante nisso tudo é o debate que você propõe estou certo? Aquele abraço meu amigo e força na sua caminhada.
    Ah! outra coisa, a respeito de sua odisseia política-partidária, em busca talvez de uma visão mas ampla dos problemas sociais, saiba que você não foi o único a passar por essa experiência mal sucedida nesse submundo que é os bastidores da política, só de lembrar dar vontade de vomitar não é mesmo? Mas como você mesmo disse fica o aprendizado disso tudo e temos que colaborar de alguma forma e ajudar a nossa sociedade ser cada vez melhor.

    Um grande abraço Marcão

  9. Realmente o prefeito tem um belo curriculum qualificado, mas grande parte da calamidade que atinge a bela cidade de Ilhéus Jabes e sua turma contribuiu e contribui até hoje. O município de Inema que pertence a mesma, esta largado, e pior tem como um lugar de via asfaltada graças a ele,entretanto os buracos ate chegar à esse distrito são enormes. Se ele prestasse conta do dinheiro público seria mas digno da parte dele, Sem falar na saúde e Educação,São muitos os processos e delitos. Satisfação é o minimo que ele deve a população…

  10. valeu guerreiro Marcos

    Suas abordagens são de um cidadão consciente e responsável, que ama Ilhéus como todos nós amamos e queremos o seu bem. Continue essa luta. Jabes e seus erros e acertos tem que comentados e vc o faz com coerência. Não aceite patrulhamentos.

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