Por Marcos Pennha
Quem é carnavalesco de carteirinha sabe que a quarta-feira de cinza é um dia pelo qual o sujeito fica na maresia. Os dias e noites de carnaval são f … &%$#@ com ph da antiga farmácia. Literalmente. Nove meses depois da festa momesca, a população acorda ene vez multiplicada. Esse é o tom da festa, considerando que todos os caminhos levam ao sexo: os trajes, as músicas, as danças, …
Bom, abordarei o tema carnaval noutra oportunidade. O cerne da questão é a quarta de cinza. Quero falar do marasmo instalado em Ilhéus, desde “as priscas eras”, como diria o saudoso jornalista Eduardo Anunciação.
O espaço aqui não é suficiente para mencionar os mais variados tons de cinza, que contribuem com a matização da maré preta em que nada boa parte do ilheense. A seguir, o tom da situação da cidade.
# Sabe o que disse o Aedes Aegypti? O mosquito transmissor do vírus da dengue falou, em alto e bom tom: Absolutamente, estamos avançando. Estamos avançando.
# Paulo Atto, Barbosa Paixão, Ledívia Espinheira, Victor da Veiga, Adriana e Jabes Ribeiro moram em Salvador. Contudo, nenhum deles é o salvador da pátria de Ilhéus. São apenas filhos da pátria de Salvador.
# Os alunos da APAE não ficaram impacientes com a manchete de alguns blogs, que lhes classificaram como doentes. Eles deram demonstração de que, além de pacientes, são compreensivos, ao ponto de entender que os autores do absurdo são, provavelmente, estudantes internos, do setor de psiquiatria, do hospital Regional. Se escola tem paciente, é compreensível que hospital tenha estudante.
# O secretário de Desenvolvimento Social, Jamil Ocké, foi desmascarado, publicamente, quando disse que não foi realizado o repasse da APAE, por causa da lentidão da instituição em apresentar o documento de comprovação de recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A diretora da escola, Socorro Pastor, declarou que o secretário “faltou com a verdade”. Socorro provou, documentalmente, que o secretário MENTIU, mesmo. Veloz tá sendo o descrédito da palavra de Jamil, que afiançou, na semana passada, que a verba ‘carimbada’, oriunda do governo federal, já se encontra na conta da prefeitura. Só que, até o fechamento desse artigo, hoje, 3 de junho, ainda não tinha sido repassada à APAE, conforme prometera o secretário. Duas alterações na vida de JAmil, que também é professor: Sua loja, Ponto 10, passou a se chamar Ponto 7; e seu nome, agora, é JAoitocentos. A continuar nesse ritmo, no final de quatro anos, as colunas sociais publicarão a foto de “JAzero Ocké, dono da loja Ponto (-) 10, ex-vereador licenciado e ex-secretário do Desenvolvimento Antissocial, sozinho na rua da amargura”. Escuta só o que tô alertando: ”Quem não ouve conselho, ouve coitado!”
# A oração inicial das sessões da Câmara de Vereadores: “Guarda Maria (Mãe do defensor do amor) Ilhéus, 24 h, dos escritos dessa gente que usa a letra fria da verdade, soltando o sarrafo pra valer, atiçando a polêmica, levantando agravo, mexendo nas peças do tabuleiro do xadrez da política. Que estejamos todos livres da boca dessa gente. Amém!”
# Apesar do péssimo governo, há quem fique caladinho, sem tecer nenhuma crítica. É falta de educação falar com a boca cheia. Trata-se de gente que tá comendo a merenda, das crianças, que ainda não chegou às escolas. Seu Boneco, personagem interpretado por Lug de Paula no antigo humorístico global Escolinha do Professor Raimundo, perguntaria: “Que dia que é a merenda, chefia?” Vai comendo, Raimundo!
# São fortes os rumores de que será gravada a mistura das telenovelas da Globo Gabriela e Escrava Isaura: “Escrava Gabriela”. Escrava Gabriela, outrora princesinha do sul, por sua beleza natural, é maltratada pelo senhor de escravos Leoncio Ribeiro. Leoncio conta com o apoio do seu fiel feitor (ou malfeitor?), João, que administra tudo com a mão de ferro, sempre segurando o seu chicote, literalmente. João, um estadunidense naturalizado brasileiro, costuma a mandar nos seus súditos, usando o estalar da ponta do chicote açoitado no chão: CHLEP. O grupinho de treze escravos obedientes procura atender aos pedidos (ou determinações?) de João, sem pestanejar, no estalar do chicote: CHLEP. Pelo excesso de calma e complacência, todos eles são cognominados de escravos de Jó. Afinal, têm, talvez compulsoriamente, a paciência de Jó. A exceção é: Sidnei, que ao ouvir a determinação e o estalar do chicote (CHLEP), olha para o feitor e diz “O meu sangue ferve por você”; James (James Bond), que é arisco na fuga do perigo, usando suas invenções providenciais; e Vivo, mestre no Evangelho. Lelê, lelê, lelê, lelê, lelê, lelê, … Gabriela, ê, meus camaradas.
# O vereador Aldemir tem feito pouca presença nas sessões. E não tem mandado fazer.
# Liquinha passou todas as suas cotas da livraria, graciosamente, para um amigo. Contrariamente ao que dizem, ele não é iletrado. Todos os fins de tarde, ele comparece na livraria, agora do amigo, para ler um livro: o livro caixa, claro. Ele, inclusive, está muito feliz, porque esse tal amigo, depois que a empresa venceu uma licitação, tá lendo o livro 50 tons de verde garoupa. Ai que excitante!
# A secretaria de Saúde, pensando no bem estar de seus servidores, investiu no lazer. Comprou, na livraria da mulher de seu Zé, uma montanha de papel ofício, lápis (inclusive de cor), tintas, tesouras, cartolinas, tudo para despertar o papel e arte no sofrido servidor dos postos de saúde, que, devido a falta do que fazer, fica sem serventia no trabalho (?). Agora, sim, todo mundo vai poder pintar e bordar à vontade, sem medo de se furar na espinheira. É muita arte no caminho da feira. Quanto ao atendimento à população … aí são outros quinhentos. Como cantaria o Moraes Moreira, “Não tem remédio, não tem remédio, não …”
# Alguns jabistas, que estavam fora da cidade nos últimos meses, pensam que o prefeito ainda é Newton Lima; pois não estão sentindo nenhuma diferença. Inclusive, continuam cantando “Volta, Jabes. Volta, meu prefeito”. Outros, que ficaram roucos de tanto cantar a musiquinha, decepcionados com o não atendimento de suas expectativas particulares, estão cantando o mesmo refrão. Só que com a adição de pequeno ajuste.
Explicação: Jabes, antes da eleição, já morava em Salvador, porque andava às voltas com suas atividades de secretário geral do Partido Progressista (PP) na Bahia. Só aparecia em Ilhéus para saber como estava a operação desmonte da plenária unificada.
Então, sinta a pegada, agora com o ajuste. “A esperança bateu no meu peito (UI). Volta, Jabes (pra Salvador). Volta, meu prefeito (pra Salvador). Por amor a Ilhéus, carinho e respeito, volta Jabes (pra Salvador), volta, meu prefeito (pra Salvador) …”
## Enfim, em definitivo, é isso, gente! Essa é uma obra (m …*&¨%#@) de humor, com base na ficção, ou não. Quem, porventura, se encaixou nessa pauta, não podemos tachar esse alguém de outra coisa que não seja de “filho da pauta”.
# Participe do Observatório Social do Brasil (OSB) de Ilhéus. Contate o Instituto Nossa Ilhéus (INI), e se informe pelo (73) 3086 5018 http://www.observatoriosocialdobrasil.org.br/
* Marcos Pennha atua como assessor de comunicação. É associado-fundador do Instituto Nossa Ilhéus (http://nossailheus.org.br/index.php ) e, acima de tudo, cidadão.
Leia outros artigos, aqui: https://blogdogusmao.com.br/category/marcos-pennha/
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Respostas de 3
É totalmente aceitável que forasteiros venha ocupar cargos de destaque no atual governo. Afinal, não residir na cidade é um importante requisito para assumir as rédeas da cidade (vide cargo principal) Quanto ao desempenho do atual prefeito, não há frustação alguma por parte dos eleitores que usaram do bom senso nas últimas eleições, não votando no atual (sei lá o quê). As demais esperançosos, repetitivos, ilusionistas só lhes restam o choro. Repito, quem não votou nele, realmente não esperava nem espera nada dele,portanto, não há decepção. Agora quem o elegeu por motivos partidários, ideológicos, particulares, ou até mesmo por pura estupidez, e falta de amor, ao local em que se vive, só lhes restam esperar. Tudo bem que este ano não rolou o peixinho ( o pão), mas teve o aleluia Ilhéus (o circo), vem o são joão de Olivença, vem o natal, quem sabe num rola um franguinho, hein? Não se desesperem, o importante é deixar a esperança bater no peito…
Desculpe-me Marcos, mas acho o seu chamamento “leio o meu artigo imperdível” um pouco presunçoso. Alem dos mais dos 50 referidos somente tem 12 parafraseados. Mas tudo bem. O estilo é interessante. A maior parte eu considero uma sátira com tons cinzentos de pasquim. Mas vejo uma denúncia realmente grave que merece uma apuração melhor. É a que se refere ao repasse da verba federal para a APAE. Isto é certo? Até ontem o repasse prometido pelo secretario ainda não foi feito? E qual a explicação de então? O que dizem os vereadores que voltaram da Prefeitura com a informação de que o repasse seria feito dentro de 48 horas após a visita que fizeram à Prefeitura (suspendendo os trabalhos da Câmara) em companhia a senhora Socorro? O que diz o vereador Gurita?
Parabéns, Marcos. Seu estilo continua impecável.Eu espero que o prefeito resolva mudar o quadro e dispensar quem só veio para “virar” secretário.