
Por Thiago Dias
Um senhor branco e gordo se sentou ao meu lado hoje (4) no ônibus. Exalava álcool às 7h30min. Puxou conversa com o tema mais banal para o início de um bate-papo. “Calor da porra, né?!”, disse olhando pra mim. Assenti com a cabeça.
Ele insistiu e explicou que prefere “o clima assim mesmo”. Não gosta do frio.
Talvez quisesse matar o tempo, mas percebeu minha indisposição para o diálogo e, quando o ônibus caiu num buraco, se virou para o cobrador:
– Não sei como você aguenta esse sacolejo o dia todo. É buraco demais! Esse terminal urbano parece o chão da lua.
O cobrador sorriu, e o ônibus seguiu viagem para cair em mais dois buracos antes de deixar o terminal.
Thiago Dias é comunicólogo e colaborador deste blog.
