
Nessa quarta-feira (15), motoristas do transporte alternativo bloquearam a entrada do bairro Teotônio Vilela, em Ilhéus, para protestar contra a apreensão de veículos intensificada nas últimas semanas.
Eles argumentam que prestam um serviço importante para a população e têm a atividade como fonte de renda para o sustento das suas famílias.
Por outro lado, a Superintendência de Trânsito e Transportes da Prefeitura de Ilhéus explica que esse tipo de transporte é clandestino, pois não é regulamentado, condição imposta aos outros serviços de transporte, como os prestados pelas empresas de ônibus e por taxistas.
A prefeitura alega que o transporte alternativo, na verdade, é uma contravenção penal, porque viola regras da formação dos motoristas, das condições dos veículos e da tributação. Essa desregulamentação geraria uma concorrência desleal, já que as empresas de ônibus e os taxistas se submetem às normas vigentes e, por consequência, aos seus custos.
Com isso, conclui o governo Jabes Ribeiro, “o transporte clandestino desestabiliza o sistema de transportes oficial e prejudica os usuários como um todo, vez que a fuga de passageiros para o sistema paralelo impacta na tarifa oficial do transporte público, com a sua elevação” (leia a íntegra abaixo).
O outro lado
Hoje (16), um grupo de motoristas foi até a sede da rádio Conquista FM. O radialista Vila Nova abriu espaço na programação do Tabuleiro para ouvi-los.
Marcelo, que falou pelos condutores, disse que alguns motoristas chegaram a ser algemados durante as abordagens coordenadas pelo município com o apoio de policiais civis e militares.
Também defendeu a regularização do serviço e criticou a postura do prefeito Jabes Ribeiro (PP), que “não se coloca para poder regulamentar um trabalho que a população pede e é carente. E é difícil ver uma situação dessa, porque vemos a cidade não se desenvolver. Nós queremos contribuir com os impostos dentro da cidade. Temos nossa cooperativa registrada com CNPJ. Criamos uma associação e outra cooperativa no Banco da Vitória. Então, quer dizer, a gente está procurando a legalidade. Só o município que não dá esse espaço para legalizar”.
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A nota da prefeitura:
Nota pública
Diante da manifestação ocorrida nesta quarta-feira, dia 15, promovida por operadores de “transporte clandestino”, a Prefeitura de Ilhéus torna público sua posição sobre o assunto:
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O enquadramento do transporte coletivo de passageiros, como serviço público de caráter essencial gerenciado pelo Poder Público, delegável à iniciativa privada, é a forma mais clara e transparente para garantir um transporte eficiente, seguro, de qualidade e com modicidade de tarifa, atendendo aos anseios dos usuários. As estatísticas revelam que setenta por cento (70%) dos deslocamentos são realizados por ônibus ou táxis.
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Importante acrescentar que cada ônibus é responsável por sete postos de trabalho e cada táxis por dois, o que permite afirmar que o sistema de transporte regular gera milhares de empregos diretos, formais, com rigorosa observância das leis trabalhistas e previdenciárias; os operadores regulares recolhem, em dia, aos cofres públicos, todos o tributos incidentes sobre a atividade que exercem por delegação do Poder Público.
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Já o transporte clandestino se caracteriza pela informalidade e ilegalidade, não havendo concessão de gratuidades impostas aos sistemas regulares como idosos com mais de 65 anos de idade, deficientes físicos e acompanhantes, bem como concessão de redução de 50% nas tarifas a estudantes. Não bastasse isso, os motoristas envolvidos na clandestinidade não são habilitados para o transporte coletivo, por não serem portadores de CNH categoria “D” e, por consequência, não se submetem aos exames periódicos de reavaliação (direção preventiva e direção defensiva), nem realizam os cursos exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro vigente (artigos 145 a 147).
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Os veículos utilizados não são classificados pelo Código de Trânsito Brasileiro como aptos ao transporte coletivo, por não atenderem às especificações da Resolução CONTRAN 811, de 27/02/96 (recepcionada pelo artigo 314 do CTB) que, de forma clara e objetiva, estabelece os requisitos de segurança em se tratando de transporte coletivo, e são utilizados em desacordo com o disposto no artigo 135 do CTB, sem a autorização prévia do poder público competente.
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De acordo com Constituição Federal, Lei das Concessões e Código de Trânsito Brasileiro o serviço de transporte de passageiros é de caráter “essencial”, sempre precedido de licitação na forma da lei, diferentemente do transporte dito “alternativo”;
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O transporte clandestino desestabiliza o sistema de transportes oficial e prejudica os usuários como um todo, vez que a fuga de passageiros para o sistema paralelo impacta na tarifa oficial do transporte público, com a sua elevação;
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A ação em curso para combater o serviço ilegal nada mais é do que uma atuação para cumprimento da lei e em defesa dos usuários do transporte público.
Mesmo entendendo as dificuldades por que passam esses condutores, a Prefeitura, as Policias Militar e Civil e o Ministério Público não podem se furtar em combater o transporte ilegal, fazendo cumprir não apenas a legislação sobre o assunto como principalmente o Contrato de Concessão entre o Município e os operadores oficiais, resgatando desse modo a autoridade do Poder Concedente e a dignidade das leis que regem os sistemas de transporte coletivo regular.
Ilhéus, 15.6.16

Respostas de 10
O dinheiro é meu e vou continuar pegando o transporte que eu quiser,não tem prefeitura e nem empresas que me obrigue a andar de ônibus.
O dinheiro é meu e escolho a forma de serviço que usarei. No momento que as empresas de ônibus respeitarem os clientes e fornecerem um serviço descente, a lógica de mercado as favorecerá.
Infelizmente o transporte público da nossa nao tem qualidade. ..ônibus velhos….lotação nos horários de pico. ..a prefeitura não fiscaliza os horários do ônibus. A população paga preço de capital. …
o trasporte clandestino existe, por causa desta falha que o trasporte pulblico deixa.fica a deseja o serviço que eles presta a populaçao de ilheus alem de colocar onibus sujos, e quebrados, ficamos horas a espera,e quando chega vem trasbordando, nossa senhora da vitoria que o diga.se quer tirar o trasporte alternativo melhore; primeiro a qualidade do serviço que vcs presta, que diga-se de passagem que e cobrado um absurdo pelo trasporte pessimo que nos oferece.
Todos estão falando que os ônibus não tem qualidades… e o transporte clandestino tem?
Vejo o dia a dia no transito, vários motoristas irresponsáveis ,fazendo ultrapassagens perigosas na ganância de pegar o próximo ponto.
Tem q prender msm!
O msm digo para as Vans escolares.
Muita gente despreparadas conduzindo filhos alheios.
Senhores pais observem mas a quem vcs contratam para transportar seus filhos.
Então vamos fiscalizar, melhor, as condições dos ônibus coletivos e a demora nos terminais.Se é o mesmo preço porque as pessoas preferem o transporte alternativo? É sinal que a demanda tem preocupado …porquÊ SERÁ????
Existe sim é uma manipulação,pois tem transporte mas arriscado do q os da motos,é não são legalizados,as autoridades tinha é q rever seus conceitos,pois se o cidadão paga seus tributos em dia,ele tem o direito de ir
E
Vim,como queira.
A elevação da tarifa só fomentará o transporte dito clandestino.
A resolução da questão passa pela regularização dos horários e menor intervalo entre eles, melhorias dos veículos e tarifa justa, o que inclui a implantação de bilhete único e a implementação de estação de transbordo.
Esses são incentivos a que o passageiro OPTE pelo transporte regular.
Continuando como está, mesmo com a tarifa mais cara, o passageiro vai continuar optando pelo veículo que passar primeiro, que quase nunca são os ônibus do transporte legal.
Muitos pais de familias tiram dessa atividade seu sustento. O problema é que os empresários donos das empresas de onibus querem ficar cada vez mais ricos. E São eles que financiam os politicos que fazem as leis. Portanto os políticos dificilmente vão aprovar o transporte alternativo, infelizmente.