Por Walmir Rosário.
Pois é, meu amigo festeiro Nélson Barbosa emplaca mais um evento anual. Desta feita para comemorar seus 80 anos (há quem diga que o número é maior) com um lauto almoço, daqueles de fazer inveja a qualquer vivente. Comida de “sustança” e bebidas ao gosto do freguês, melhor, dos ilustres convidados. Prenúncio de Mac Vita lotado. Dito e feito!
Aliás, isso não causa nenhuma surpresa dado o conhecimento de Nélson em oda a cidade de Canavieiras, da ilha da Atalaia à Ilha do Gado, do Porto Grande à Burudanga, passando por todo o centro da cidade e por onde mais o valha. Em todos esses locais ele é reverenciado desde os tempos de menino até os dias de hoje, o que demonstra que é um “cabra bem chegado”.
Por pouco, muito pouco, o nosso chegado Nelson, ou Almirante Nélson, não seria batizado Sebastião, nome marcado na folhinha do dia 20 de janeiro, santo largamente festejado aqui por Canavieiras. Como quem não queria nada preferiu se aninhar no quentinho do ventre de sua mãe até o dia seguinte, 21, sob a proteção de Santa Inês, venerada como mártir da pureza.
Posso garantir que toda a proteção de Santa Inês não foi suficiente para tornar o Almirante, ou o Lord Nélson, longe das coisas profanas, a começar pela juventude, quando passou a ser conhecido como Nélson Amarelão (mas só para os íntimos). Soltou-se na vida, ganhou a capital baiana e por lá fez história no seu trabalho no Derba e como homem de muitos amigos.
Aposentado retorna a Canavieiras com o objetivo precípuo de viver como na juventude, rodeado de amigos. E local melhor para encontrar os simpatizantes do que em ambientes que se comercializam os elixires da alegria – cervejas, cachaças e outras beberagens. Nem preciso completar que são nesses locais que as amizades são feitas, seladas à primeira vista.
E com o Nélson não poderia ser diferente, ressaltando suas qualidades, todas influenciadoras de amizade, bem querer, como dizem os mais antigos. “Sujeito fino, educado e atencioso”, exaltam os amigos da antiga e os recém-chegados. Pessoa de fino trato, dizia o saudoso amigo e jornalista desocupado Tyrone Perrucho, parceiro nessas incursões etílicas.
Acredito que essa inusitada comemoração de aniversário numa terça-feira, dia em que grande parte desse mundão de meu Deus está trabalhando, deve ter sido influência do indigitado Tyrone, que sempre pregava: “A melhor data para fazermos nossas farras é num dia de semana, para matar de inveja esse povo que ainda teima em trabalhar”.
Walmir Rosário é jornalista, radialista e advogado.
