Os brasileiros querem mudar o perfil dos meios de comunicação. Isso é visível quando nos deparamos com a dimensão que a recente campanha Quem financia a baixaria é contra a cidadania, promovida pela CDH – Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A campanha, que busca a valorização da dignidade humana na programação na TV, tem contado com a participação crescente da sociedade civil.
Hoje, já são 50 entidades parceiras no plano nacional e regional. Já existem inclusive núcleos de campanha em sete estados e, aos poucos, as redes de televisão vêm reconhecendo a legitimidade da iniciativa.
Apesar de a campanha parecer tímida, vem se ampliando o debate entre vários seguimentos públicos, empresariados e, claro, com as associações de profissionais de mídia. O próximo passo é envolver as emissoras de rádios e sindicatos dos radialistas.
Estando participando do X seminário de rádio e TV, recentemente em Brasília, pude perceber a preocupação das entidades afiliadas da FENARTE, no quesito ética, mostrando que uma empresa socialmente responsável não é aquela que apenas emprega ou financia projetos sociais, mas também a que se recusa a anunciar em programas que atentam contra a dignidade humana.
Tendo oportunidade de utilizar a palavra, fui taxativo: “Em um país democrático, devemos cumprir o maior desafio da democracia: o da inclusão. É com essa perspectiva que surge a reivindicação por um novo modelo da radiodifusão e pela liberdade de expressão de todos, não apenas de alguns privilegiados concessionários de televisão e, também de emissoras de rádio. Hoje os gananciosos e meros concessionários se arrogam no direito de fazer o que bem entendem quanto à programação. A pornografia é uma constante nas emissoras de televisão, o deboche é visível quanto à liberdade de culto e a imprensa vem deixando de noticiar e narrar fatos relevantes, presos quase sempre ao ataque pessoal às pessoas físicas. E o rádio, por falta de preparo e capacitação de alguns profissionais deste país, segue o erro, talvez até mesmo, por ler a cartilha politiqueira, baixa e nojenta de alguns patrões”.
O rádio é um meio capaz de influir decisivamente na formação dos valores sociais e da cultura de um povo. O rádio está acima da TV no aspecto participação. O ouvinte opina, critica, enaltece, cobra das autoridades, exigindo até mesmo qualidade e imparcialidade do locutor. O ouvinte está mais exigente, mais inteligente e já começa a diferenciar cada profissional, seja da TV, como do rádio. Aliás, já é o momento da própria sociedade avaliar como vem sendo usadas as concessões. E, o foco inicial deva ser as emissoras comunitárias e educativas.
A Constituição Federal – CF, em seu artigo 221, prevê que a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atendam a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; promovam a cultura nacional e regional; e ESTIMULEM OS VALORES ÉTICOS.
Pensando nisso, o Sindicato dos Radialistas e Televisão de Ilhéus – STERT, através da Comissão de ética presidida pelo radialista Malthez de Athaíde, vem estudando e trabalhando fortemente junto com seus colaboradores, na elaboração urgente do Código de ética da instituição, tendo como base o projeto de lei 1.600/03
O Sindicato dos Radialistas e Televisão de Ilhéus não pretende determinar o conteúdo da radiodifusão ilheense. Queremos sim, lutar por uma melhor qualidade de conteúdo, dando capacitação, formação e melhor qualidade ao rádio. Queremos formar os nossos profissionais com uma melhor qualidade a mais do que já temos
Queremos um rádio responsável; um rádio como formador de opinião e de utilidade pública; um rádio empreendedor com pensamento macro; um rádio independente com profissionais preparados, estimulados, bem remunerados, respeitados e livres da interferência de pseudo-s laranjas que se intitulam donos.
No mundo de hoje não há mais espaço para empresários medíocres, mesquinhos, politiqueiros e baixos. Precisamos avançar como empresa de comunicação que não só gera empregos, mas, que busca alimentar projetos sociais.
Por sua vez, o profissional de imprensa precisa ter idéia própria, não se curvando, se associando à sua instituição de classe representativa, traçando metas e, lendo, lendo bastante na busca de mais conhecimento.
Sem ética, sem metas e objetivos, seremos sempre bonecos de ventríloquos.
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