
Por Muriel Saragoussi
Texto publicado em www.minhamarina.org.br.
A regulamentação do uso de Terminator no Brasil está no Congresso Nacional e os lobbies das poderosas empresas transnacionais de sementes e agrotóxicos pressionam deputados e senadores. O projeto de Lei 268/2007 entra na pauta quando nos descuidamos e sai quando pressionamos. Entenda o que está em jogo.
Terminator – nome em inglês do filme “O Exterminador do Futuro” de 1984, dirigido por James Cameron – é uma visão catastrófica do mundo dominado por máquinas. É também o nome dado a uma tecnologia usada para que uma planta produza grãos que não podem germinar, isto é, uma planta cujas sementes sejam estéreis.
Ao contrário do filme, esta tecnologia parece simples e sem consequências, já que o que comemos e, principalmente, o que exportamos são os grãos. Mas não é bem assim. Vamos examinar por partes o que significa a liberação deste tipo articular de transgênico.
Parte 1 – O pacote tecnológico e quem ganha com isto
O agricultor que plantar uma semente com os genes terminator não poderá usar os grãos que colher para uma nova safra. Ele passará a ser dependente da empresa que produz essas sementes e dos pacotes tecnológicos que a acompanham. É preciso lembrar que as empresas de sementes estão intimamente ligadas às empresas de agrotóxicos¹. Em geral, ao colocarem no mercado novas variedades de plantas, associam sua maior produtividade a um conjunto de necessidades (adubos, venenos e outros químicos) que formam o que se chama um pacote tecnológico. A nova variedade só poderá render mais ao agricultor se ele também comprar todos os outros produtos, que “por acaso” são vendidos pelos mesmos que também lhe venderam a semente; assim, o lucro de uma maior produtividade é transferido em sua maior parte para estas empresas transnacionais.
Uma resposta
De fato o homem é uma criatura irracional.