
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e lideranças da etnia Pataxó vão formar um Grupo de Trabalho Interinstitucional para conservação do Parque Nacional do Descobrimento, no município de Prado, no sul da Bahia.
Sob a coordenação do ICMBio, o grupo foi criado pela Portaria Conjunta nº 1, publicada no dia 30 de junho. A missão dele é implementar acordo firmado em abril deste ano entre as instituições, o Ministério Público Federal (MPF) e as lideranças indígenas da região.
Conforme a Procuradoria da República em Teixeira de Freitas, que propôs o acordo em parceria com a Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR), esse é o primeiro passo para encerrar uma disputa territorial de quase dez anos entre o ICMBio e o povo Pataxó por cerca de 20% da área do Parque Nacional do Descobrimento, atualmente sobreposta à Terra Indígena Comexitibá. A terra é identificada pela Funai, mas os índios ainda esperam assinatura de carta declaratória pelo órgão.
Na prática, explica o MPF, o acordo pretende conciliar os objetivos de proteção integral do Parque Nacional do Descobrimento com a permanência da etnia pataxó no território, respeitando os direitos, modos de vida, ocupação e uso de recursos naturais do parque nacional pela comunidade. Para isso, o documento prevê a elaboração de uma carteira de projetos socioambientais pelo grupo de trabalho, com o intuito de aliar a recuperação de áreas degradadas e a conservação da biodiversidade com a geração de alternativas de renda e melhoria da qualidade de vida das comunidades pataxós.