BLOG DO GUSMÃO

JABES ESQUECEU “PUXÃO DE ORELHA” DO SECRETÁRIO ESTADUAL DE SAÚDE

O ex-prefeito Jabes Ribeiro. Imagem: Secom-Ilhéus.

Hoje (16), o radialista Vila Nova, apresentador do programa O Tabuleiro, recebeu o ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP) no estúdio da Ilhéus FM. No início da conversa, Jabes revelou que o médico responsável por seu tratamento contra o câncer de próstata lhe deu uma boa notícia na última quarta-feira (14), quando JR completou 66 anos de idade. Os exames de revisão mais recentes confirmaram que a doença não voltou.

Jabes falou por mais de quarenta minutos. Em muitos momentos, defendeu o legado dos quatro mandatos de prefeito que a população de Ilhéus o concedeu. “Eu digo sempre: ‘gente, quem não lembra dos morros? Quem não lembra de milhares de quilômetros pavimentados de ruas dessa cidade? Fizemos em todos os bairros de Ilhéus. Quem não lembra de obras importantes no setor da cultura? No setor… Enfim, em todas as áreas da cidade, da urbanização. Foi isso que me levou a ser essa quantidade de vezes prefeito de Ilhéus”, declarou.

O ex-prefeito estranha quando alguém diz que ele “não fez nada” por Ilhéus. “Eu até brinco: ‘o cara está chamando o povo de burro”. Segundo Ribeiro, o fato de ter sido prefeito por quatro vezes significa que ele tem “serviços prestados” ao município. “Disso aí você não tenha dúvida nenhuma. Eu duvido que um mau prefeito consiga se eleger duas vezes. É difícil. Quanto mais três! Quanto mais quatro!”.

Para o pepista, os seus adversários políticos não são como ele, porque fazem a política do “quanto pior melhor”. Segundo Jabes, mesmo quando faz oposição a um governo, o seu grupo político “joga pelo bem da cidade”. Como exemplo, lembrou que no governo de Antonio Olimpio, ao qual fazia oposição, trouxe o CAIC-Darcy Ribeiro para Ilhéus a partir da sua atuação como deputado federal.

JR também levou a defesa do seu legado para a área da saúde. Segundo ele, o Partido Progressista vai apresentar uma comparação demonstrando que o setor está pior no governo atual. “Nós estamos concluindo um relatório, dizendo o que é que deixou, cada posto, cada situação e fazer uma comparação. E realmente, a gente vê que as coisas não melhoram. Pelo contrário!”, garantiu.

Antes disso, afirmou que a sua conversa com o secretário estadual de Saúde, Fabio Vilas-Bôas, aconteceu a pedido do governador Rui Costa (PT). Na oportunidade, Jabes não escondeu do secretário a sua percepção da diferença de tratamento que o governo estadual dispensa para a saúde de Ilhéus agora, em comparação com o a época do seu último mandato. “Se você tivesse feito comigo 10%, a gente não chegaria nessa situação. Mas é evidente que são realidades diferentes. Eu acho que o Estado precisa realmente ajudar Ilhéus. A atenção básica é um grande problema”.

O ex-prefeito também criticou uma decisão do governo atual sobre o posto de saúde Sara Kubitschek. “Eu passei agora no Sara Kubitschek e fiquei perguntando: ‘como é que você derruba o que está pronto? Tem coisas que são inexplicáveis”.

Comentário do Blog do Gusmão.

Jabes lembrou do CAIC, mas, no seu último governo, não revitalizou a escola. Criticou a reforma do Kubitschek, porém, entregou o posto sucateado. O mesmo aconteceu com o posto de saúde do Nelson Costa e Hernani Sá, que ficou em reforma durante toda a sua gestão e as obras não foram concluídas.

Jabes demonstrou certa inveja ao mencionar o apoio que o governo Rui Costa tem dado aos serviços de saúde de Ilhéus.

O curioso é que o vice-governador da Bahia, João Leão, é correligionário de Jabes. Se tivesse mesmo um plano sério de reestruturação da rede básica, Ribeiro não poderia jamais usar a desculpa de que não tinha aliados no governo estadual.

Pode ter faltado prestígio. Vale lembrar que, em 2015, na gestão dele, durante visita à cidade, o secretário Fabio Vilas-Bôas disse que Ilhéus precisava de um “puxão de orelha” para recuperar a rede de atenção básica – lembre aqui. O secretário não parou por aí. Culpou o município pelo fato do Hospital Regional Luiz Viana Filho viver “entupido”. Esse episódio sumiu da memória de Jabes Ribeiro.

O ex-prefeito se esforça para defender o próprio legado, uma missão hercúlea. Apela para os motes de três décadas atrás, como “os morros”.

Em trecho da entrevista, disse que seu governo mais recente enfrentou “um cerco” logo no primeiro ano de gestão. Jabes tem saudades dos tempos em que o prefeito governava sem o incômodo dos órgãos de controle externo e dos movimentos sociais.

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