BLOG DO GUSMÃO

Morte de Iasmin: versão da companheira narra detalhes chocantes do parto: “ela ficou muito tempo aberta com um órgão para fora”

Família não havia sido informada sobre a causa da morte de Iasmin até a manhã de hoje (terça, 08)

Nesta terça-feira (08) o BG obteve mais detalhes do parto de Iasmin Barbosa, falecida na madrugada de hoje, depois de 26 dias em coma induzido no Hospital Costa do Cacau.

Iasmin foi transferida para o hospital após apresentar complicações de saúde na maternidade Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus (relembre o caso aqui).

O BG entrou em contato com Alana Silva, companheira de Iasmin há 9 anos. Ela acompanhou a gestante e, conforme sua versão, o parto teve momentos chocantes.

No sábado (8 de janeiro), o sofrimento de Iasmin começou 5 horas antes dela entrar na sala de parto da maternidade.

Às 18h, quando perceberam que a bolsa amniótica estourou, Alana avisou às enfermeiras de plantão. Uma médica foi chamada e disse que a situação era “normal”, recomendando que a paciente, com muitas dores, dançasse. A companheira de Iasmin disse que enfermeiras pediram para que ela “fizesse força” em momentos aleatórios.

Às 23h, quando Iasmin entrou na sala de parto para a realização de uma cesárea, Alana percebeu falta de cuidado da equipe médica para evitar a contaminação do ambiente, indispensável em qualquer unidade de saúde.

Segundo seu relato, nenhum profissional pediu para que acompanhante lavasse as mãos. Um piercing no nariz de Iasmin também não foi retirado ou higienizado (fato que, posteriormente, foi criticado por uma enfermeira da própria maternidade). Iasmin também permaneceu com um esmalte de cor vermelha (de acordo com especialistas, cores escuras podem interferir no monitoramento de oxigênio do paciente).

Segundo Alana, o médico que realizou o parto “tremeu mais que vara verde”. Iasmin, que estava parcialmente anestesiada durante o procedimento, percebeu o nervosismo do profissional . “Ele tá tremendo muito”, disse com tom de preocupação para a companheira.

Alana afirma que Iasmin ficou “muito tempo aberta”, com um órgão exposto. Uma sonda inserida a machucou, fato confirmado depois por um enfermeiro. “Na bolsa da sonda tinha sangue”.

Alana conta que uma enfermeira olhava a realização do procedimento de maneira negativa. A mesma profissional teria questionado o médico, naquele momento, se ele não iria aplicar um remédio “para regular o intestino” da paciente. O médico teria reagido com surpresa. “Ãnh?! É mesmo! Prepara aí pra mim”, relata.

Nenhuma limpeza foi feita em Iasmin. Segundo Alana, uma enfermeira recomendou para uma colega “ficar de olho na paciente”. Esse pedido levantou a suspeita de que algo errado aconteceu durante o parto.

Alana diz que, Iasmin foi colocada em um quarto muito frio, onde o ar condicionado ficava sempre em 18 °C (a ponto de resfriar a acompanhante). Alana conta ainda que a “pirraçaram” quando ela pediu para aumentar a temperatura.

Segundo Alana, Iasmin, ainda consciente, implorou para que a mãe a retirasse da maternidade. “Mamãe, me tira daqui, eu quero ir pra casa”, disse.

Após a mãe afirmar que estava disposta a assinar um termo de responsabilidade para a remoção, uma pediatra analisou o prontuário de Iasmin e disse olhando firmemente em seus olhos: “Eu vou ser bem sincera. Se você tirar a sua filha daqui ela vai morrer”.

Iasmin foi transferida para o Costa do Cacau com diagnóstico de pneumonia. A família, que até a manhã de hoje não sabia a causa do óbito, disse que também teve problemas com o atendimento do segundo hospital.

A companheira conta que vários diagnósticos foram passados, de maneira confusa, aos familiares: problemas nos rins, anemia, sepse e alteração cerebral. “Ela não tinha nada, saiu de casa bem de saúde para dar à luz”, lamenta Alana.

Como Iasmin só tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19, e chegou na maternidade com tosse leve, a família desconfia que a causa da morte atestada será Covid-19, ou síndrome respiratória aguda grave, para esconder o “péssimo” atendimento prestado pela maternidade.

Em nota, a assessoria do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio sustenta que o procedimento foi rigoroso e adequado.

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