Notinhas.

A convivência política entre o prefeito Valderico Junior (União Brasil) e o PL de Thiago Martins azedou de vez.
A cronologia do desgaste começou com um vídeo antigo, gravado e editado por Martins no governo Marão para criticar o transporte coletivo. Valderico pensou que fosse recente e cobrou explicações do aliado. Apesar do esclarecimento, a animosidade deixou marcas.
Posteriormente, Caio Garcia (chefe do gabinete de Valderico e presidente do DC) convocou Martins para explicar uma ação na justiça eleitoral, de autoria do PL, que denunciou fraudes nas candidaturas femininas à Câmara Municipal (eleições 2024). A chapa representada agregou os partidos DC, PMB, Republicanos, PDT e Podemos.
A ação do PL foi bem-sucedida na justiça eleitoral de Ilhéus, mas aguarda apreciação de recursos. Os vereadores Pastor Josemar, Odailson Aranha, Eder Junior, Keko Pizza, Neto da Saúde e Nerival podem perder o mandato. Os parlamentares estão base do governo, por isso, Caio Garcia cobrou explicações como se Thiago Martins, mesmo na presidência do PL, também fosse subordinado (“o que significa isso?”).
O chefe de gabinete pediu para o aliado desistir da ação. O pedido não foi atendido, já que Martins poderá assumir uma das vagas, caso a justiça defina pelo afastamento dos cinco vereadores.
Depois, o próprio Valderico resolveu subir o tom. Exigiu que Thiago Martins desista de sua pré-candidatura a deputado estadual nas eleições de 2026. O dirigente do PL respondeu que já tem o apoio da direção estadual. O projeto será mantido com ou sem o aval do prefeito.
No final da campanha eleitoral de 2024, coronel Resende, candidato do PL à prefeitura de Ilhéus, desistiu em favor de Valderico. Pela forma como conduz a aliança, o prefeito equivocamente considera que a desistência não o ajudou. Resende pontuava 5% nas pesquisas e a diferença apertada de votos entre Valderico e Adélia Pinheiro (PT) foi menor do que esse percentual.
Fofocas e muito limão com vinagre prejudicam a continuidade da aliança. Também falta ao prefeito habilidade e leitura atenta do momento político que propicou a sua vitória.
No final de maio, a direção municipal do PL vai conversar com o deputado federal Capitão Alden, que lidera o partido no sul da Bahia. Tudo indica que o partido de Bolsonaro deixará o governo municipal e os cargos da Maramata.
O grupo do ex-prefeito Jabes Ribeiro (Progressistas), que ocupa quatro secretarias e muitos cargos na prefeitura, está de olho na Maramara e torce pelo fim da união.
