Estudantes da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) estão aplicando questionário que integra o Projeto Soluções Integradas para o Saneamento do Assentamento Alemita desenvolvido em parceria com a Empresa Municipal de Águas e Saneamento (EMASA). O assentamento fica localizado na região de Nova Ferradas, zona oeste de Itabuna.
O objetivo desta ação é coletar informações dos beneficiários para subsidiar o planejamento das intervenções visando à implantação dos sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de efluentes e a gestão dos resíduos sólidos.
Para o presidente da EMASA, Ivan Maia, a parceria com a UFSB é muito produtiva tanto para a comunidade acadêmica como para a população de Itabuna. “A EMASA é uma empresa essencial para o bem-estar das pessoas que residem em Itabuna e a parceria com a UFSB, em um projeto de extensão, ajuda a melhorar a qualidade de vida da nossa gente”, salientou Maia.
Segundo a professora Valérie Nicollierm, coordenadora da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEX) da UFSB, a parceria da instituição de ensino superior com a EMASA é inédita e reúne gestores e técnicos. De um lado, professores e alunos e de outro, evidenciando o compromisso do poder público e da universidade com a melhoria da qualidade de vida da população do município.
“A população rural de Itabuna, embora menos numerosa que a urbana, tem igual relevância. Para muitos agricultores, este projeto representa o primeiro contato direto tanto com a EMASA quanto com a universidade. Nesse contexto, as famílias são reconhecidas não apenas como beneficiárias, mas como parceiras efetivas das ações”, explicou.
“Além de receberem serviços públicos aos quais têm direito, como o acesso à água potável e ao esgotamento sanitário, as pessoas também participam ativamente da construção de soluções voltadas a uma gestão eficiente, sustentável e acessível dos efluentes e resíduos sólidos”, ressaltou a professora Nicollierm.
De acordo com o gerente de Planejamento da EMASA, Ângelo Lucena, em um levantamento preliminar apontou que o assentamento Alemita conta com 32 famílias e cerca de 150 habitantes.
“O estudo também mostrou que será necessário implantar 1.800 metros de rede de água. Além disso, cada residência contará com um sistema individual de tratamento de esgoto, que inclui biodigestor, leito de secagem e um sistema ecológico e econômico chamado ‘círculo de bananeiras’”, disse Lucena.
O gerente de Planejamento da EMASA, alegou que o círculo de bananeiras é uma alternativa natural e de baixo custo para tratar e reaproveitar a água usada nas residências. O sistema funciona com uma vala preenchida com materiais orgânicos, como galhos e restos vegetais, onde são plantadas bananeiras.
“Essas plantas absorvem a água e os nutrientes presentes no esgoto doméstico, ajudando na compostagem e na devolução da água tratada ao meio ambiente. Assim, o efluente é transformado em um recurso útil para o crescimento das plantas, tornando o solo mais fértil. Esse método também é chamado de ‘fossa verde’, por ser uma opção mais ecológica e sustentável em comparação às fossas tradicionais”, finalizou Ângelo Lucena.
